O capuz açoriano (em português, ‘capote e capelo’) é uma vestimenta tradicional açoriana usada até os anos 1930. Uma grande capa que cobria a figura de uma mulher, permitindo apenas um vislumbre de seu rosto, a origem do ‘capote-e-capelo’ é polêmica. Uns dizem que veio da Flandres e outros afirmam que se trata de uma adaptação dos mantos e capuzes que estiveram em voga em Portugal nos séculos XVII e XVIII. Apesar disso, durante séculos o ‘capote-e-capelo’ foi uma vestimenta tipicamente açoriana usada no Faial.
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Variando de ilha em ilha no corte do cabo e na disposição do capuz, o Faial tinha a extravagante forma de uma cunha apoiada nos ombros e que se projetava para a frente por cima de uma palmeira. A característica comum do ‘capote-e-capelo’ era que era feito de um tecido azul elétrico forte e pesado que durava gerações e era transmitido de mães para filhas.
Flandres instalaram-se nos Açores a partir de 1450. Por volta de 1490, havia 2.000 Flamengos a viver nas ilhas Terceira, Pico, Faial, São Jorge e Flores e devido ao grande povoamento Flamengo, os Açores ficaram conhecidos como os Ilhas Flamengas ou Ilhas de Flandres. O povoamento estendeu-se ao longo dos séculos XV e XVI, com flamengos, genoveses, britânicos e franceses a juntarem-se ao povo de Portugal continental nas ilhas dos Açores.
Além de outras contribuições culturais, os estrangeiros introduziram o woad nas ilhas. Woad era uma planta européia de flor amarela da família do repolho. Anteriormente, era cultivado na Grã-Bretanha como fonte de corante azul, que era extraído das folhas depois de secas, pulverizadas e fermentadas. A exportação desta tinturaria tornou-se um dos pilares da economia açoriana. A caça à baleia também desempenhou um papel central na economia das ilhas. A primeira referência documental à captura de baleias nas águas dos Açores remonta ao século XVI e a presença de baleeiros ingleses foi documentada no século XVIII.
No livro de Mark Twain, Innocents Abroad (1869), faz uma ‘crítica de moda’ do Capuz Açoriano: “Aqui e ali, nas portas, víamos mulheres com capuzes portugueses da moda. Este capuz é de tecido azul grosso, preso a um manto do mesmo material, e é uma maravilha de feiura. Ele se ergue alto, espalha-se pelo mundo e é incomensuravelmente profundo. Ela se encaixa como uma tenda de circo, e a cabeça de uma mulher está escondida nela como a do homem que avisa os cantores de seu barracão de lata no palco de uma ópera.
Aqui, reunimos algumas fotos de algumas delas para você ver nas diversas formas e tamanhos.